O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. Estima-se que 5,4 milhões de pessoas morrem todos os anos em decorrência do cigarro e um terço da população mundial adulta é fumante. Somente no Brasil, aproximadamente, 156 mil pessoas perecem anualmente em decorrência do tabagismo, o que corresponde a 12% do total de mortes no país.
“É importante incluir também o tabagismo passivo ao abordarmos o conceito, já que corresponde a terceira causa de morte evitável no mundo, perdendo apenas para o tabagismo ativo e o alcoolismo”, explica o cardiologista do Hospital Albert Sabin, Dr. Thiago Librelon Pimenta.
O tabagismo passivo refere-se ao ato de inalar a fumaça de uso de tabaco proveniente de um fumante, fazendo com que os malefícios do fumo ocorram mesmo em não fumantes. De acordo com pesquisa realizada no Brasil pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), pelo menos sete brasileiros que não fumam, morrem a cada dia por doenças provocadas pela exposição passiva à fumaça do tabaco.
“Para se ter uma ideia da gravidade do problema, o tabaco causa mais mortes do que a soma de todas os óbitos por HIV, malária, tuberculose, alcoolismo, homicídios e suicídios em adultos. A fumaça dos derivados do tabaco possui cerca de 4.720 substâncias. Em conjunto, são responsáveis por mais de 50 doenças. Os males causados afetam de modo importante cada sistema do organismo”, complementa o Dr. Thiago.
As primeiras manifestações do tabagismo no organismo podem ser alterações mais leves, como coloração típica amarelada na face e dedos da mão, envelhecimento da pele, osteoporose, artrites, mau hálito, inflamações ou infecções na boca e dentes, impotência sexual masculina e manchas no corpo. Porém, com o passar do tempo, consequências mais graves são percebidas, como acidente vascular cerebral, infarto, úlcera, aneurisma e câncer.
O tratamento para a doença consiste, principalmente, na motivação do paciente, que deverá desejar com ímpeto a interrupção do vício. Deverão ser considerados como motivadores para a cessação do tabagismo, os benefícios imediatos e a longo prazo na saúde, nas relações familiares, no convívio social, ou mesmo na extinção dos gastos financeiros com o vício.
“Deve-se considerar como essencial, ainda, o auxílio de profissionais habilitados a dar o apoio psicológico e psiquiátrico necessários. Em casos em que haja indicação de medicações, essas assumem papel importante no controle de sintomas de abstinência. A avaliação e acompanhamento pelo especialista torna três vezes maior a chance de sucesso em abandonar o cigarro”, aconselha o Dr. Pimenta.
Enfim, manter-se longe do tabaco é uma decisão inteligente e que contribuirá para a boa manutenção da saúde ao longo de toda a vida. Inclui-se, também, várias outras formas de consumo além do cigarro, não menos nocivas, como o narguilé, o charuto o cachimbo e o ato de mascar.
Fonte: Dr. Thiago Librelon Pimenta- Cardiologista do Hospital Albert Sabin