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Protocolo de abreviação de jejum

Inicialmente, no século XIX, era indicado ao paciente que se submetesse a um procedimento cirúrgico, um período de jejum em torno de duas horas. Contudo, após a constatação de complicações devido a esse breve tempo sem se alimentar, tal período foi prolongado até chegar às atuais oito horas. Agora, baseados em estudos científicos, hospitais como o Albert Sabin estão adotando práticas que reduzem esse tempo.

Entre essas rotinas está a abreviação do jejum pré-operatório, que consiste em condutas de protocolos multimodais como, através do uso de bebidas contendo carboidratos, promover a aceleração da recuperação pós-operatória. Em parte, isso se deve ao rápido esvaziamento gástrico e melhora da resistência à insulina relacionada com os traumas das cirurgias.

“É importante destacar que a abreviação de jejum não prejudica a intervenção anestésica e não piora a condição ou doença. Ao contrário, ela modifica a sinalização metabólica, resultando em menor resposta inflamatória no pós-operatório, com consequente redução da morbidade, aceleração da recuperação e diminuição do tempo de internação”, explica a Dra. Daniela Gomes, Nutróloga do Hospital Albert Sabin.

Tal ação faz parte de uma série de estratégias que melhoram a recuperação pós-operatória, minimizando fatores relacionados a hospitalização prolongada, conhecida com ERAS*, sigla em inglês para Recuperação Aprimorada Após a Cirurgia.

Além de reduzir o desconforto do paciente, o protocolo melhora sua satisfação em relação a um período difícil que é a espera sem poder se alimentar para a realização de exames ou procedimentos cirúrgicos.

“Em resumo, é disponibilizada ao paciente uma solução via oral contendo maltodextrina entre duas e quatro horas antes do procedimento. Isso aumenta a resposta orgânica ao trauma e, portanto, a minimização desse fato é uma das consequências para um excelente desfecho clínico”, finaliza a Dra. Daniela.

*A ERAS Society (Enhanced Recovery After Surgery) é uma sociedade científica sem fins lucrativos conformada por profissionais médicos e não médicos. Tem como missão a excelência na execução de um conjunto de processos perioperatórios que permita os melhores resultados possíveis na recuperação do paciente. Para isso, compila com rigor todas as evidências científicas disponíveis para desenvolver diretrizes e protocolos de ação (protocolos ERAS) e possui uma rede de auditoria global, o EIAS (ERAS Interactive Audit System) que permite otimizar recursos próprios, comparar resultados e produzir conhecimento.

Fonte: MCAtrês