As arritmias cardíacas são distúrbios que afetam o ritmo normal dos batimentos do coração. Em alguns pacientes o coração acelera instantaneamente para altas frequências sem motivos aparentes, o que pode ocorrer em pleno repouso ou dormindo.
“O corpo humano dispõe de um conjunto de órgãos que, em perfeita sincronia, nos permite desfrutar neste exato momento do milagre que é estar vivo”, diz o Dr. Thiago Lbrelon Pimenta, cardiologista arritmologista do Hospital Albert Sabin (HAS).
Existe harmonia entre cada batida cardíaca com a quantidade de energia de que precisamos a cada momento. Para diferentes demandas como o repouso, a atividade física intensa e a mais forte emoção, o ‘trabalho cardíaco’ também será diferente. “Quando uma doença do coração atrapalha esse equilíbrio, verificamos as arritmias cardíacas”, explica o cardiologista.
Dentre os vários tipos de arritmias, as mais comuns são as taquicardias, responsáveis por acelerar o coração a frequências bem acima de 100 batimentos por minuto. Sem razão clara, a frequência cardíaca “sobe” repentinamente.
Para esclarecer com precisão se o funcionamento do coração está adequado e diagnosticar possíveis arritmias, é utilizado o ‘Estudo Eletrofisiológico‘, exame de grande importância que define se os mecanismos intrínsecos de coordenação do coração estão adequados ou se há falhas. Quando identificadas as arritmias, procede-se localizando milimetricamente de onde se originam.
O último passo é o tratamento chamado de ‘Ablação’, o qual consiste na aplicação de energia de radiofrequência sobre os pontos de origem, as raízes do problema. “Por ser um método de baixo risco e grande precisão, possibilita a cura definitiva para grande parte dos pacientes”, conta o Dr. Thiago.
Para ser realizado, o estudo eletrofisiológico precisa ser discutido após avaliação médica especializada. É indicado para pacientes que preencham as condições necessárias. Durante a avaliação, a presença de familiares poderá ser importante para os devidos esclarecimentos e decisão sobre o tratamento.
O Estudo Eletrofisiológico não envolve cortes, como em cirurgias comuns. Por meio de pequenos orifícios realizados sob anestesia, em veias distantes do coração, são instalados dispositivos especiais, flexíveis e finos com espessura 2 mm, capazes de alcançar a face interna do coração sem necessidade de cortá-lo. Em seguida, é feito o mapeamento da atividade elétrica cardíaca passiva e ativamente. São utilizadas tecnologias de registro e estímulo de grande precisão, propiciando o diagnóstico e o tratamento mais adequados.
O preparo para o exame envolve jejum e, em alguns casos, a suspensão de medicamentos específicos, o que deve ser discutido com o médico assistente previamente.
Após a realização, em geral, ocorre curto período de recuperação. O paciente permanece internado para observação. A alta para domicílio ocorre entre 1-2 dias subsequentes. Orientações quanto ao retorno às atividades de trabalho e mesmo às atividades físicas, serão discutidas durante consulta de acompanhamento pós-procedimento e normalmente já ocorrem nas primeiras semanas.
“No mais, o estudo eletrofisiológico apresenta-se como um exame de alta tecnologia, com baixos riscos e grande utilidade para diagnosticar com precisão as arritmias cardíacas. Assume um papel de destaque na medicina atual por oferecer a possibilidade de cura definitiva para uma parcela expressiva da população que sofre com as consequências das arritmias cardíacas”, conclui o Dr. Pimenta.
Fonte: MCAtrês