As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos e são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual com uma pessoa que esteja infectada. “Existe uma gama muito grande de Infecções sexualmente transmissíveis, contudo, as mais comuns são AIDS, Hepatite C, Sífilis e Gonorreia. Dentre os principais agentes estão vírus como o HIV, o HPV, os vírus de Hepatites B e C e bactérias como o Treponema Pallidum, no caso da Sífilis”, explica a Dra. Dania Abdel Rahman, Coordenadora da SCIH e Infectologia do Hospital Albert Sabin.
Os sintomas dessas doenças dependem muito do tipo de infecção adquirida. Lesões em órgãos genitais, como bolhas, verrugas ou úlceras devem ser investigadas, assim como linfonodos (ínguas) na virilha e secreções vaginais ou na uretra podem também ser indicativos de IST. Algumas, apesar de poderem ser controladas, não tem cura como, por exemplo, a AIDS, causada pelo vírus HIV. Outras como sífilis e gonorreia são perfeitamente possíveis de serem sanadas. Nos casos do HPV e da Hepatite B, existem vacinas para a prevenção.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima a ocorrência de mais de um milhão de casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis, por dia, no planeta. Ao ano, estima-se aproximadamente 357 milhões de novas infecções, entre HPV, clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase.
No Brasil, 694 mil pessoas estão em tratamento contra o HIV e 45 mil novos pacientes iniciaram em 2021 a chamada terapia antirretroviral, segundo dados do Ministério da Saúde.
A ausência de proteção na relação sexual tem feito com que os novos casos de HIV no Brasil venham aumentando, ao contrário do que é visto no restante do mundo. Por outro lado, as novas terapias têm feito com que pacientes que adquirem o vírus HIV vivam com mais qualidade e tenham uma expectativa de vida muito próxima da expectativa da população geral.
“Atualmente contamos com um novo aliado no combate a transmissão do HIV, que se chama PreP (Profilaxia Pré-Exposição). Essa profilaxia consiste no uso contínuo de medicações antirretrovirais por pessoas que apresentam exposição ao vírus como profissionais do sexo, pessoas que não aderem ao uso do preservativo ou qualquer pessoa que deseje se proteger dessa forma. É importante ressaltar que a PreP protege contra o vírus HIV mas não contra as demais ISTS”, adverte Dra. Dania.
“Portanto, não só no carnaval, mas durante todo o ano, é fundamental prevenir as IST. Muitas das IST podem ter consequências sérias, culminando, inclusive, em câncer de colo de útero ou câncer de vulva ou vagina. Esses tipos de neoplasia têm relação com o vírus HPV. Em casos avançados e mais graves, podem ser necessárias cirurgias que culminam até em infertilidade, mesmo que indiretamente”, conclui a infectologista do HAS.
Fonte: MCAtrês