O Estudo Eletrofisiológico é um exame minimamente invasivo, realizado por meio de acessos venosos em membros inferiores, onde são introduzidos dispositivos de alta precisão capazes de perceber a atividade elétrica intrínseca do coração e realizar o mapeamento elétrico e diagnóstico das arritmias atriais e ventriculares.
“É o exame médico “padrão-ouro” para diagnóstico das alterações do ritmo cardíaco, indicado nas situações em que os pacientes apresentem bradiarritmias sintomáticas, taquiarritmias e sintomas de baixo débito cardíaco”, explica o Dr. Thiago Librelon Pimenta, Cardiologista do Hospital Albert Sabin (HAS).
É também utilizado na avaliação de arritmias malignas em pacientes com alterações cardíacas potencialmente causadoras de morte súbita, como o infarto prévio, miocardiopatia hipertrófica, doença de Chagas e outras comorbidades.
Segundo diretrizes brasileiras e internacionais atuais, quando uma arritmia é devidamente diagnosticada, seja em ambiente externo ou hospitalar, deve ser considerado o estudo eletrofisiológico como possível abordagem terapêutica inicial para grande parte dos pacientes. “Tal indicação considera a alta eficácia “curativa” do procedimento para diversas condições em que as arritmias são recorrentes e limitantes da qualidade de vida do paciente”, completa o cardiologista do HAS.
Para a arritmia sustentada mundialmente mais frequente, a Fibrilação Atrial, cuja incidência aumenta em pacientes idosos e com alguma alteração cardíaca prévia, o estudo eletrofisiológico tem papel de destaque, pois, reduz sintomas e controla o processo degenerativo de cardiopatias.
O exame é realizado, como já dito, por meio de acessos venosos em membros inferiores, onde são introduzidos dispositivos de alta precisão capazes de identificar – com registros detalhados em computador próprio, o polígrafo, operado por engenheiros que acompanham todo o exame – a região responsável pela arritmia. Nas fases iniciais do estudo eletrofisiológico, avaliam-se os potenciais elétricos e o tipo de arritmia apresentada.
“A localização de cada ponto “suspeito” é milimétrica e, através de escopia, ultrassom intracardíaco ou mapeamento eletromagnético tridimensional, fornecido por equipamento de altíssima tecnologia para fins de uma localização precisa dos focos ‘arritmogênicos’, constrói-se uma animação tridimensional dos caminhos percorridos pela arritmia no coração, trazendo a compreensão do sistema elétrico cardíaco ao nível mais avançado”, diz o Dr. Pimenta.
Na próxima etapa, já bem identificada a arritmia e precisados seus mecanismos e localização, define-se a melhor estratégia para o tratamento. Normalmente é optado pela intervenção em que cateteres especiais, abladores, são posicionados em pontos alvo para o tratamento. Em cada um deles aplica-se energia de radiofrequência, que promove pequeno aquecimento, responsável pela “cauterização” daqueles pontos, impedindo que participem de novas crises de arritmia.
O cardiologista explica que “as vantagens do tratamento por ablação são nítidas, pois, o procedimento é curativo na maior parte das vezes, minimamente invasivo, permitindo o retorno do paciente à rotina normal em pouco tempo e com baixos riscos de complicações”.
Fonte: MCAtrês