Os lapsos de memória são breves momentos em que uma pessoa esquece algo que normalmente se lembraria. Esses períodos de esquecimento são normais, contudo, mais recorrentes com o passar dos anos.
“Os lapsos podem ser positivos ou negativos, pois, as informações que armazenamos e não evocamos são esquecidas para que o cérebro abra mais espaço para novas memórias”, explica o Dr. Custódio Michailowsky Ribeiro, neurologista do Hospital Albert Sabin (HAS).
Contudo, a rotina mecânica e a quantidade de informações absorvidas no uso excessivo de redes sociais podem ser algumas das causas desses lapsos, sobretudo, em pessoas com 30 a 40 anos de idade, além de outros fatores como:
• Uso de substâncias ilícitas;
• Tabagismo;
• Alcoolismo;
• Ansiedade;
• Depressão;
• Falta de sono.
“É importante salientar que esses lapsos em pacientes dessa faixa etária, não tem ligação com doenças neurodegenerativas como Alzheimer, demência e outras”, adverte o neurologista do HAS.
O Dr. Ribeiro cita um estudo inicial que identifica 25 tipos de genes que podem desenvolver demência e Alzheimer, contudo, não há um fator genético diretamente ligado aos distúrbios de memória. “O importante é a epigenética, ou seja, mudanças na expressão gênica que podem ser herdadas e que não alteram a sequência do DNA”, diz.
Resumindo, mudanças dos fatores de risco e ambiente podem evitar que a doença se desenvolva, pois, com hábitos saudáveis, os genes não se expressam.
Apesar da aparente normalidade, quando existe um desgaste mental e/ou esses lapsos de informações básicas do dia a dia afetem o bem-estar do paciente, deve-se procurar um profissional para identificar doenças como depressão, TOC, ansiedade ou insônia, descartando-se assim a possibilidade de doenças neurodegenerativas. Uma avaliação neurológica, com o apoio de exames de imagem como a ressonância magnética, também se faz necessária, pois, dessa forma o neurologista poderá identificar lesões estruturais que podem causar tais distúrbios.
“No mais, para evitar os lapsos, o melhor a se fazer é manter hábitos saudáveis, boa alimentação, como uma dieta rica em frutas vermelhas, e praticar atividades físicas. O sono também é fundamental, pois, pacientes que sofrem de insônia absorvem uma “tempestade” de informações durante a madrugada, geralmente em redes sociais, prejudicando o cérebro no armazenamento das informações necessárias para o dia a dia”, finaliza o Dr. Custódio.
Fonte: MCAtrês