Devido ao estilo de vida moderno, nas últimas décadas aumentou a incidência das doenças relacionadas ao metabolismo. Geralmente em decorrência da má alimentação, condições como obesidade, cardiopatias, doenças da tireoide, intolerância ao glúten e à lactose, entre outras, cresceram em ritmo acelerado no Brasil e no mundo.
“Na imensa maioria dos casos, essas condições se relacionam com hábitos e estilo de vida de impacto negativo na saúde dos indivíduos. Algumas carências nutricionais, como de ferro, vitamina D e vitamina B12 também colaboram com o aparecimento dessas doenças e devem ser diagnosticadas e tratadas por especialistas”, explica a Dra. Telma Sigolo, médica nutróloga do Hospital Albert Sabin e do Consulta Aqui.
Geralmente, quando diagnosticadas no início, tais doenças podem ser tratadas com modificação do estilo de vida, como intervenções na alimentação, combate ao sedentarismo e estresse, melhora do sono e outras ações simples. Por esse motivo, é essencial a participação do nutrólogo junto a uma equipe multidisciplinar formada por endocrinologistas, gastroenterologistas e psicólogos.
A nutrologia é a especialidade capacitada para o diagnóstico e tratamento de doenças metabólicas associadas a distúrbios nutricionais. “A consulta com esse especialista é assertiva na identificação de quais fatores relacionados ao estilo de vida podem influenciar o desenvolvimento de doenças metabólicas, além de ser bastante eficaz nas propostas terapêuticas e comportamentais”, complementa a Dra. Sigolo.
Outro ponto de extrema importância é o correto diagnóstico. Por exemplo, é comum o equívoco entre a doença celíaca e a intolerância ao glúten. A médica explica que a doença celíaca é uma condição mais grave e não tão comum assim, exigindo a exclusão total dos alimentos que contém glúten, como trigo, aveia, cevada e centeio. Já a intolerância ao glúten é mais comum, porém, mais difícil de ser diagnosticada por não aparecer em exames específicos, exigindo do médico uma análise de um conjunto de sinais e sintomas clínicos.
Tanto a intolerância ao glúten, quanto a intolerância à lactose têm associação direta com uma condição chamada disbiose, em que há um desequilíbrio da flora intestinal com predomínio de microrganismos ruins para o metabolismo, com consequente dificuldade de digestão de carboidratos e proteínas provenientes desses alimentos. O tratamento da disbiose pode melhorar os sintomas digestivos nessas duas situações e consiste na suplementação oral das bactérias que favorecem o metabolismo, além da adoção de uma dieta rica em fibras. Também é preciso considerar que o aumento dessas intolerâncias alimentares tem relação direta com o consumo excessivo de alimentos ricos em conservantes e agrotóxicos, que provocam processo inflamatório crônico no organismo, dificultando a produção de enzimas e outros processos metabólicos.
“No mais, vale ressaltar que, para o tratamento de doenças metabólicas, não existe remédio milagroso e muito menos de efeito a curto prazo. Portanto, para o bom andamento da terapia, o planejamento e acompanhamento de pacientes nessa condição sempre devem ser feitos a médio/longo prazo e, inevitavelmente, com o auxílio de um nutrólogo”, finaliza a Dra. Telma.