A obstrução respiratória causada pelo desvio do septo nasal é comum e, quando persistente, pode comprometer o sono, desempenho físico e qualidade de vida. A cirurgia de desvio de septo, ou septoplastia, é indicada quando a dificuldade de respirar pelo nariz se torna frequente e não responde ao tratamento clínico, resultando em sintomas como congestão contínua, roncos, sinusites recorrentes e sensação de esforço respiratório.
De acordo com o Dr. Felipe Mauro, coordenador da Otorrinolaringologia do Hospital Albert Sabin, o diagnóstico e a indicação cirúrgica dependem da soma entre sintomas, exames e impacto no cotidiano. “Quando a obstrução interfere na rotina, no sono ou provoca infecções repetidas, a cirurgia passa a ser considerada. A correção do septo geralmente traz um ganho respiratório significativo”, explica.
Além do benefício funcional, a cirurgia pode ser associada a ajustes estéticos. O especialista destaca que é possível realizar a correção do desvio de septo e, no mesmo procedimento, aproveitar para fazer uma rinoplastia, quando essa for a escolha do paciente. A cartilagem removida do septo pode ser usada como enxerto estrutural, o que contribui para melhor sustentação nasal e resultados mais estáveis. “A combinação dos procedimentos é segura e oferece benefícios complementares, desde que bem indicada”, afirma o Dr. Felipe.
A avaliação pré-operatória inclui exames de imagem, endoscopia nasal e análise da anatomia interna e externa do nariz. A decisão cirúrgica é individualizada, considerando intensidade dos sintomas, limitações funcionais e, quando aplicável, expectativas estéticas.
A recuperação costuma ser gradual nas primeiras semanas. É comum haver inchaço, pequenos sangramentos e sensação de nariz congestionado nos dias iniciais, com melhora progressiva conforme o edema diminui. “O pós-operatório exige paciência e cuidados simples, como evitar esforço e manter a higiene nasal. A sensação de respirar melhor aparece conforme o inchaço interno reduz”, orienta o especialista. Atividades leves costumam ser retomadas rapidamente, enquanto exercícios intensos e exposição solar precisam de orientação específica. O acompanhamento médico permite monitorar a cicatrização e ajustar condutas quando necessário.
“O mais importante é que o paciente entenda o objetivo da cirurgia e participe das decisões. Cada nariz tem uma anatomia e uma história, e o tratamento precisa respeitar essas particularidades”, conclui o Dr. Felipe Mauro.
Fonte: MCAtrês