A torção testicular é uma das principais emergências urológicas e pode levar à perda definitiva do testículo se não for tratada rapidamente. O quadro acontece quando o testículo gira sobre o cordão espermático, interrompendo o fluxo de sangue.
“Se a cirurgia for realizada nas primeiras seis horas após o início da dor, as chances de salvar o testículo chegam a 80%. Depois de 12 horas, essa taxa cai para menos de 15%”, alerta o Dr. Rodrigo Wilson Andrade, coordenador da Urologia do Hospital Albert Sabin. “Dor no testículo é motivo para procurar atendimento de urgência, jamais para esperar ou tentar tratar apenas com analgésicos em casa.”
Sintomas
A torção testicular se manifesta principalmente por dor súbita, intensa e unilateral no escroto, que pode irradiar para a virilha ou abdome inferior. Náuseas e mal-estar também podem ocorrer, mas geralmente não há febre. O início é abrupto, muitas vezes durante o sono, acordando o paciente.
Causas e fatores de risco
O problema está associado a uma má fixação anatômica do testículo ao escroto, o que o deixa “solto” e propenso a girar, interrompendo a circulação. Essa alteração costuma ser bilateral. É mais frequente em crianças e adolescentes, especialmente até a puberdade, mas pode ocorrer em qualquer idade.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por exame clínico detalhado, com identificação de sinais como alteração da posição do testículo e sensibilidade intensa. O ultrassom Doppler ajuda a confirmar a ausência ou redução do fluxo sanguíneo, mas, diante da suspeita, o tratamento cirúrgico deve ser imediato.
Prevenção
Não há prevenção para o primeiro episódio. Porém, se a torção ocorrer em um lado, recomenda-se fixar cirurgicamente o testículo contralateral para evitar novos casos. A única forma de proteger o testículo no primeiro evento é buscar atendimento médico imediatamente após o início da dor.
Recuperação
A cirurgia é simples, com internação média de um dia. O retorno às atividades habituais ocorre, em geral, de dois a três dias, evitando esportes, piscinas e esforços físicos por cerca de uma semana a dez dias.
“O tempo é determinante: a demora para buscar atendimento é a principal causa da perda do testículo. Pais e responsáveis devem estar atentos a qualquer queixa de dor testicular em crianças e adolescentes e procurar imediatamente um serviço de emergência”, conclui o urologista do HAS.
Fonte: MCAtrês